CELAC Social expressa apoio a Luisa González após resultados eleitorais no Equador

247 - Após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais no Equador, a CELAC Social, organização formada por movimentos sociais da América Latina e Caribe, emitiu um comunicado internacional manifestando apoio a Luisa González, candidata pelo movimento Revolução Cidadã. O comunicado, divulgado pela teleSUR, destaca uma série de irregularidades no processo eleitoral e alerta sobre o que considera um ataque à soberania popular, além de denunciar a imposição de um projeto autoritário no país.

A CELAC Social, na qualidade de observadora do processo eleitoral, expressou sua preocupação com os acontecimentos, afirmando que “o que aconteceu neste país não é apenas um caso de irregularidades istrativas: trata-se de uma montagem sistemática, orientada a impor pela força um projeto autoritário liderado por Daniel Noboa, cuja chegada ao poder carece de legitimidade democrática". A organização fez questão de chamar a atenção para o que considera uma "montagem sistemática" destinada a colocar Noboa no poder sem a devida legitimidade democrática.

As críticas foram duras em relação aos processos eleitorais, com a CELAC Social destacando que “as evidências de fraude são múltiplas e alarmantes: alterações de última hora nos locais de votação, uso arbitrário de recursos estatais com fins clientelistas, exclusão deliberada de observadores internacionais e a inaceitável suspensão do voto de milhares de equatorianos no exterior”. A organização apontou ainda que essas ações formam um modelo claro de manipulação institucional, transformando o processo eleitoral em uma verdadeira "gozação" dos princípios mais fundamentais da soberania popular.

Além disso, a CELAC Social criticou a imposição de um estado de exceção de forma seletiva, dirigido especialmente contra territórios historicamente combativos, o que, segundo a organização, demonstra que o governo não busca apoio popular, mas sim na repressão. "Noboa, longe de governar para as maiorias, tem adotado uma estrutura de poder sustentada por aparelhos de segurança privatizados e alianças com interesses estrangeiros que visam estabelecer um modelo de controle e medo", afirmou o comunicado.

A organização denunciou também que a operação antidemocrática foi cuidadosamente planejada ao longo de meses, utilizando a máquina estatal para abrir caminho para um regime autoritário que responderia mais aos interesses das elites econômicas e a agendas externas do que ao povo equatoriano. A CELAC Social, por fim, fez um apelo à ação: “diante desse cenário, fazemos um chamado urgente à organização, resistência ativa e mobilização popular. É nas ruas, nos bairros, nas comunidades e em cada canto de luta que deve ser mantida a defesa da democracia. A solidariedade dos povos de Nossa América e do mundo é hoje mais necessária do que nunca".

Essa declaração marca um posicionamento forte da CELAC Social em defesa da democracia no Equador, ao mesmo tempo em que aponta uma série de problemas estruturais no processo eleitoral que, segundo a organização, podem comprometer a legitimidade do novo governo liderado por Daniel Noboa.