Candidata da esquerda no Equador denuncia retirada de sua equipe de segurança
Luisa González acusa governo Noboa de colocá-la em risco ao alterar proteção militar
247 - A candidata da esquerda, Luisa González, denunciou nesta sexta-feira (11) uma mudança repentina em sua equipe de segurança militar, atribuída ao governo do atual presidente e seu adversário na disputa, Daniel Noboa. As declarações foram divulgadas por González em suas redes sociais, informa a Carta Capital.
“Alerto o país sobre o ato irresponsável do Governo ao substituir minha equipe de segurança das Forças Armadas, pondo em risco a minha vida e a da minha família”, disse Luísa em vídeo.
González afirmou que a proteção militar lhe foi concedida após “graves denúncias de atentados” contra sua vida, atualmente sob investigação do Ministério Público. A substituição, segundo ela, coloca em xeque sua integridade física e a de seus familiares em um momento crucial do processo eleitoral.
A candidata classificou a medida como “irresponsável, temerária e profundamente perigosa” e responsabilizou diretamente o presidente Daniel Noboa, além do ministro da Defesa e do comandante das Forças Armadas. “Ratifico meu pedido de manter a equipe de segurança atribuído durante estes dias decisivos para o país”, declarou.
O clima político no Equador está tenso desde o assassinato do candidato Fernando Villavicencio, em agosto de 2023, quando deixava um comício em Quito. Desde então, mais de 30 políticos, juízes e jornalistas foram mortos no país, que enfrenta uma crescente onda de violência ligada ao narcotráfico. Neste sábado (12), Noboa declarou estado de exceção em algumas regiões do país.
Situado em uma rota estratégica do tráfico de drogas no Pacífico, o Equador vive uma crise de segurança sem precedentes. Dados do Ministério do Interior revelam que, entre janeiro e fevereiro deste ano, foi registrado um homicídio por hora — o início de ano mais violento já documentado. Embora a taxa de homicídios tenha caído de 47 para 38 por 100 mil habitantes entre 2023 e 2024, o país ainda detém o maior índice de mortes violentas da América Latina, segundo a organização Insight Crime.
Luisa González é a principal representante da chamada “Revolução Cidadã”, movimento liderado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007–2017), de quem é considerada herdeira política. Ela disputa o segundo turno neste domingo (13) contra Noboa, em uma eleição marcada pelo medo e pela insegurança.
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