Ação militar dos EUA no Canal do Panamá preocupa as Forças Armadas
Possíveis reflexos na Venezuela e Colômbia e impactos na fronteira brasileira estão no radar militar
247 - A possibilidade de uma ação militar dos Estados Unidos para retomar o controle do Canal do Panamá, declarada pelo presidente Donald Trump em seu discurso de posse, gerou alerta entre os integrantes das Forças Armadas brasileiras, relata Bela Megale, do jornal O Globo. O presidente norte-americano, que retornou ao comando da Casa Branca, afirmou que a China estaria operando o canal de maneira indevida e não descartou o uso de força para reverter a situação: “a China está operando o Canal do Panamá e não o demos à China. Nós o demos ao Panamá. E estamos tomando de volta".
Essa postura provocou preocupações nos países da América Latina, especialmente no Brasil, que compartilha fronteiras estratégicas e pode ser diretamente afetado por uma escalada de tensões. Oficiais das Forças Armadas brasileiras apontam que a região pode sofrer consequências geopolíticas imediatas, com riscos de desestabilização política e aumento da pressão migratória, principalmente na Colômbia e Venezuela, países vizinhos do Brasil.
Venezuela no foco das atenções - Entre os pontos de maior atenção está a reação do regime de Maduro, que já protagonizou momentos de tensão no final de 2023. Na época, Maduro ameaçou anexar o território de Essequibo, pertencente à Guiana, levando o Exército brasileiro a mobilizar tropas, veículos blindados e suprimentos para reforçar a segurança na fronteira norte. Essa operação de seis meses custou R$ 208 milhões e expôs a fragilidade do orçamento militar para lidar com crises não previstas.
Agora, com o cenário potencialmente agravado por uma intervenção dos EUA no Panamá, o temor é que Maduro use a situação para inflamar ainda mais os ânimos na região. A fronteira entre Brasil e Venezuela, já sensível devido à crise migratória, pode se tornar palco de novos conflitos ou servir como rota para um aumento no fluxo de refugiados.
Impactos financeiros e operacionais - Além da preocupação com a segurança, há um impacto direto no planejamento logístico e financeiro das Forças Armadas brasileiras. A operação de 2023 deixou um rombo no orçamento do Exército, pois os custos não foram reembolsados pela União. Em um cenário de repetição, a pressão sobre os cofres militares e a capacidade de resposta das tropas pode se tornar um problema ainda mais crítico.
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