China compra mais soja do Brasil e agricultores dos EUA já reclamam de Trump
Mais da metade da soja produzida nos EUA é vendida para a China e produtores acusam a política tarifária de Trump de abrir espaço para concorrência
247 – A escalada das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China vem provocando efeitos devastadores no campo norte-americano e acelerando a perda de espaço para o Brasil no mercado internacional de soja. A informação foi publicada pela agência Xinhua, que entrevistou Corey Goodhue, agricultor do estado de Iowa, uma das regiões agrícolas mais tradicionais dos Estados Unidos.
Goodhue destacou a importância da China para os produtores americanos. "Cinquenta por cento de toda a soja americana era exportada para a China", afirmou. No entanto, com as sucessivas medidas tarifárias, Pequim ou a comprar volumes cada vez maiores da produção brasileira, fortalecendo o agronegócio do Brasil e reduzindo drasticamente a fatia norte-americana nesse mercado. "Quanto mais mercado nós perdemos, mais precisamos encontrar um novo destino para essas áreas de plantação, e isso é difícil. É limitado para onde podemos levá-las agora", lamentou Goodhue.
Além da perda de competitividade, o agricultor criticou a imprevisibilidade gerada pelas constantes mudanças na política comercial de Trump. "Ideias diferentes de tarifas a cada dia, a cada semana... como podemos planejar um negócio dessa forma"> if (googletag && googletag.apiReady) { googletag.cmd.push(() => { googletag.display(id); }); }
Em Iowa, os impactos são visíveis. Segundo Goodhue, a queda das receitas agrícolas já afeta toda a cadeia econômica local: cooperativas estão cortando investimentos, o comércio desacelerou e o desemprego cresce em setores ligados à produção agrícola. "Essas tarifas estão matando nossas comunidades", resumiu.
A disputa iniciada por Trump, longe de fortalecer a agricultura dos Estados Unidos, acabou por abrir caminho para o crescimento do Brasil no comércio mundial de grãos — uma mudança que, segundo especialistas, poderá ter efeitos duradouros mesmo que a política tarifária seja revista futuramente.